sábado, 15 de novembro de 2008

ACIC: Criação com hora marcada

Texto retirado da 1° ed do JNC.

Por Daniel Elias

No início deste ano a direção anunciou a implantação de uma nova atividade dentro do currículo de nossa escola, a ACIC. Apesar de já estar em funcionamento, poucos sabem dizer o que significa essa sigla: Atividades Coletivas Interdisciplinares de Criação. Além disso, muitos alunos ainda questionam sua forma de funcionamento, seus objetivos e a forma de concretização de seus resultados.

Segundo Zézo Oliveira, diretor da Escola Nacional de Circo (ENC) e idealizador da atividade, a ACIC surgiu da necessidade de se ampliar os espaços de
criação dentro da escola, que sempre acabavam “achatados” pela corriqueira limitação de repetir técnicas pré-existentes, e tem como objetivo estabelecer um ponto de encontro para estimular os processos criativos coletivos na ENC.
A proposta, que foi discutida e aprovada em reunião pelos professores, abre a possibilidade de união de várias disciplinas, circenses ou não, num mesmo trabalho. Daí a interdisciplinaridade que o próprio nome carrega: a junção de várias expressões artísticas como dança, música, Poe-sia, teatro, etc.
E qual é a função dos professores na ACIC? Bom, eles serão estimuladores e coordenadores técnicos dos trabalhos, visando a segurança e
a viabilidade dos projetos. As idéias, tarefas e caminhos a serem percorridos devem partir dos próprios alunos, cabendo sempre aos mestres orientá-los nos momentos em que estes acharem necessário.
O processo de cria-ção propiciado pela ACIC é coletivo, mas os números que resultarem desse processo podem ser indivi-duais ou coletivos, dependendo das propostas de seu(s) idealizador(es). A partir dos rumos de cada área (ACIC dividi-se em 4 áreas: Aéreo, Solo, Equilíbrismo e Malabarismo) a Escola irá direcionar a oferta de oficinas, tentando contemplar as questões de maior interesse. Na prática: se uma área estiver pesquisando a temática do palhaço, a ENC buscará proporcionar uma oficina com alguém que notoriamente trabalhe com o tema. Ou seja, a ACIC servirá também como norteadora das futuras ações pedagógicas da Escola, o que certamente trará maior envolvimento dos alunos nas atividades.
Os resultados obtidos com a ACIC poderão ser apresentados no dia da criação, que é uma atividade já existente na ENC desde 2006, e nos espetáculos regulares de fim de mês da Escola, que não têm acontecido devido às novas exigências da defesa civil, às quais a ENC tem que se adequar, relatou o diretor, que acredita retomar a realização dos espetáculos no início do segundo semestre do corrente ano.
Sobre recursos destinados a essa nova atividade permanente que veio integrar o plano pedagógico da ENC, o diretor é enfático: “ainda não temos verba específica para financiar as atividades da ACIC, com exceção das oficinas que poderemos oferecer”.
Dessa forma, surge mais um motivo para lutarmos pela concessão de verba própria para a Escola Nacional de Circo, pois só assim os recursos poderão ser direcionados de maneira mais objetiva e consciente.
Então todos nós, alunos da Escola Nacional de Circo temos um encontro marcado todas as quartas-feiras, às 11h para a turma da manhã, e às 16h para a turma da tar-
de com um dos momentos mais difíceis, importantes e fundamentais de nossa arte: a
C
R
I
A
Ç
Ã
O.

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